Rua do Saco

Fevereiro 14 2011

Confesso a minha falta de conhecimentos e de competência para discutir o assunto.

 

Daí o meu inalienável direito à dúvida e a ser esclarecido.

 

Dizem que os ignorantes não têm dúvidas. Talvez eu então não seja totalmente ignorante. Haja fé!

 

Mas… quem me ajuda?

 

Ultimamente, temos sido bombardeados por todos os órgãos de comunicação social, incluindo os mais prestigiados, com notícias sobre o Egito (sem p), e sobre o Presidente Egípcio (com p).

 

Compreendem a minha dúvida? É que mesmo para os entusiastas defensores do Acordo Ortográfico e seus seguidores (nos quais não me incluo), a gota devia dar com a perdi gota.

 

Ou seja, neste caso, acho eu, ou o Presidente do Egito é Egício, ou, se o Presidente é Egípcio, deve sê-lo do Egipto!

 

A menos que  também possa existir no Egipto um Presidente Egício!

 

Em que ficamos?

 

Menos mal que o Presidente é do sexo masculino. Se fosse uma senhora, corria o risco de ser Presidenta, como a Dilma, do Brasil (Será que, como Presidenta, ela será diferenta?)

 

Foi o Fernando Pessoa que disse: -“A minha Pátria é a Língua Portuguesa.”

 

Como eu concordo com ele!

 

Tive o privilégio e a honra de servir em Moçambique, onde deixei uma boa parte do meu coração.

 

Conheço um bocado de mundo, mas em parte alguma eu me senti tão em casa como no Brasil.

 

Nunca ouvi um Brasileiro dizer que a sua língua é o Brasileiro. Sempre os ouvi dizer que a sua língua é o Português!

 

Até os ouvi dizer-me que eu falava um Português esquisito, e nunca me senti ofendido por isso.

 

Mas não vejo que isso sejam razões para imitar cegamente o Português que os Moçambicanos ou os Brasileiros falam.

 

Temos direito às nossas diferenças, que nos enriquecem.

 

Cheguei a dizer-lhes: Vocês falam o vosso Português. Eu falo o meu. E tenho a certeza de que vamos entender-nos.

 

Em todas os idiomas falados em mais do que um País, isso acontece, sem que haja necessidade de acordos ortográficos.

 

Era só o que faltava, era ver a Inglaterra a fazer acordos para adaptar a ortografia da sua língua ao Inglês que se fala na Índia, nos Estados Unidos, na Indonésia, na China, no Botswana ou no Quénia, ou mesmo ao do senhor do “bad English” (Inglês Técnico?)!

 

Era só o que faltava, era ver a Espanha a fazer o mesmo com os Países que falam Castelhano (agora chamado “Espanhol”).

 

Que mal vem ao mundo e à Língua de Cervantes que os Mexicanos (Mejicanos em Espanha e Mexicanos no México) escrevam “México” e os Espanhóis escrevam “Méjico” e chamem "Mejicanos" aos cidadãos desse País? Será que, por isso, não se entendem? Será que, por isso, não sabem de que estão a falar?

 

Há realmente atitudes de seguidismo bacoco que não consigo compreender!

 

publicado por jpargana às 19:22

Este blog é uma colectânea de reflexões do autor sobre temas de interesse geral e da sociedade e ambiente que o rodeiam.
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