Há dias, um amigo meu, dos bons que felizmente tenho, manifestava-me a sua estranheza pelo meu silêncio.
Dizia-me que, de há uns tempos para cá, nada via de novo nas suas visitas ao “rua do saco”.
Expliquei-lhe que, nos últimos tempos, as minhas reflexões têm sempre uma carga política muito forte, e eu não quero que quem me leia veja no que lê alguma conotação partidária.
O meu amigo conhece-me e eu sei que me compreendeu. Mas outras pessoas que me leiam, e que não me conhecem tão bem, merecem um melhor esclarecimento.
Tenho as minhas ideias.
Sempre tive e nunca as escondi. Não tive medo de as manifestar, quando outros tiveram.
Sem por isso ser herói.
Felizmente, sei pensar pela minha cabeça. Não tenho nenhuma filiação, nem me submeto a qualquer fidelidade ou disciplina partidária.
O meu partido é verde e encarnado, ou azul e branco, ou tem como símbolos os das bandeiras que, ao longo de oito séculos guiaram a Pátria que não escolhi mas que é a minha, e que eu amo.
Sou um cidadão, felizmente livre. Como disse, sei pensar pela minha cabeça.
O meu voto é sempre, segundo o meu julgamento, útil.