Ouvi atentamente o discurso de António Barreto na cerimónia solene das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Ouvi, atentamente e com muita emoção.
E foi com emoção que vi alguns veteranos no desfile do 10 de Junho.
Foi um discurso importante.
Uma lição.
Foi o grito que há muito faltava, a tentar despertar as consciências pela forma ingrata como a Pátria tratou e trata muitos daqueles que a serviram, dando-lhe, sem regatear, uns, os melhores anos da sua juventude, e outros, infelizmente muitos, a sua própria vida.
Os soldados não escolhem as guerras. Isso é responsabilidade dos políticos.
Mas quando a elas são chamados, o mínimo que se exige é que o seu sacrifício seja reconhecido.
E que eles sejam reconhecidos como credores do respeito e da gratidão de todos.
Num País em acelerado processo de perda de valores, o discurso de António Barreto é uma pedrada no charco, uma lufada de ar fresco, e um sinal de que não estamos sós na esperança de que alguns desses valores se salvem.
Era bom que fosse dada pela Comunicação Social o relevo e a divulgação que este discurso merece.
Era bom que todos fôssemos chamados a reflectir sobre estas palavras.
Obrigado, António Barreto!
(Neste momento, o meu pensamento vai para o meu amigo Manuel Horta Correia. Para ele e para outros como ele. Nem uma rua, na minha cidade, com o seu nome. Nem os seus nomes numa lápide em lugar nobre da sua terra. Nada. Como se o seu sacrifício não tivesse nenhum valor!)