António Enes, Comissário Régio em Moçambique durante a rebelião tsonga, e principal responsável pela expedição do Major Mouzinho de Albuquerque contra o império de Gaza, deixou uma notável obra naquele território e ficou famoso pelos seus sábios e bem humorados despachos.
Um dia recebeu para despacho uma proposta de um Governador de Distrito para a “Aquisição, para a residência do Governador, de um faqueiro com cabos de madrepérola”.
Despacho exarado:
“Adquira-se, mas com cabos de madrecorno.
Assinado: António Enes, Comissário Régio”
Seria bom esta postura fizesse doutrina entre nós, nos ministérios e demais departamentos do Estado na hora de, por exemplo, renovar frotas automóveis.
Post-Scriptum: lembro-me muito bem, em criança, de ver em casa da minha avó (e julgo que ainda em casa dos meus pais), os tais talheres com cabos de chifre, a que o douto Comissário Régio se referia.