Não tenham pena do Rui!
Ele sabia que isso de ser Administrador da Portugal Telecom aos trinta e poucos anos, com uma carreira meteórica de ultrapassagem de muitas outras pessoas muito mais capazes, experientes e qualificadas, tinha um preço.
Não era de borla. E ele devia sabê-lo. Devia saber ao que ia. É o mínimo que ele tinha que saber.
Não tem que queixar-se.
O papel do “boy” é servir o seu “Boss” sem hesitações e em todas as situações, e, se algo correr mal, pôr a cabeça no cepo, protegendo-O e sacrificando-se em Seu lugar.
São essas as regras. É esse o preço.
Mas não tem que queixar-se por outras razões:
Será julgado? E será condenado?
A ver vamos.
Seja como for, o pé-de-meia que encaixou em remunerações e bónus durante o período em que foi Administrador (sabe-se lá como) em várias empresas participadas pelo Estado (certamente muito mais do que alguma vez pode ter imaginado), permite-lhe encarar o futuro com optimismo.
Com muito mais optimismo, certamente, do que se tivesse que fazer uma carreira a pulso, baseada no reconhecimento da sua competência e do seu mérito profissional.
Valeu a pena.
Como diria aquele pescador de Alvôr:”- A pesca dele tá fêta!”
E depois, daqui a algum tempo, quando a poeira assentar, aparecerá emboscado no Conselho de Administração de alguma outra empresa pública ou de capitais maioritariamente públicos ou onde o Estado tenha alguma golden share ou outra forma de controlo (vide o seu colega João Carlos Silva, depois da brilhante presidência da RTP. Quantos mais haverá?).
Não tenham pena do Rui!
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