Gosto muito dos comentários do Dr. Gomes Ferreira na SIC sobre questões económico-financeiras. Não os perco, por nada.
São notáveis, pela sua clareza, e entendíveis por quem como eu, tem conhecimentos de economia que não enchem, em letra de tamanho normal, a mortalha de um cigarro.
Além disso, não buscam o politicamente correcto, razão mais que suficiente para que eu tenha por ele o maior respeito e admiração.
Ontem (10 de Junho de 2013), após afirmar que muito do trabalho de ajustamento que tanto nos aflige e atinge, mas que considera necessário e inevitável, já está feito e que os resultados não tardarão a aparecer (!declarações perigosas!), contou a história do colono Português que mandou um seu empregado indígena derrubar uma árvore.
Para quem não a ouviu, ou não a conhece, vou contá-la:
Como já disse, o colono ordenou ao seu empregado indígena que derrubasse uma árvore fortemente enraizada.
O empregado muniu-se de picareta, pá e enxada, e começou a trabalhar.
Passados muitos dias, o estupor da árvore ainda resistia, apesar do esforçado trabalho do homem. A árvore tinha uma raíz bem agarrada ao solo e resistia, enquanto o colono manifestava a sua impaciência com insultos e impropérios.
Ao fim de muitos mais dias, com o trabalhador já exausto, a árvore ainda continuava, surpreendentemente, de pé, perante a insistente, atenta e expectante observação do patrão.
Em dada altura o colono decidiu que era o momento, e dirigiu-se ao empregado:
-Saí dai! És um incompetente, um inútil, não serves mesmo para nada! Eu mesmo vou fazer o trabalho!
Dirigiu-se à árvore e com um pequeno movimento do braço, empurrou-a, sem esforço.
A árvore caiu!
Não tenho grande tendência para o optimismo, Sou mesmo dos que pensam que, se há uma luz ao fundo do túnel, ela pertence certamente a um combóio que vem na nossa direcção.
Sou assim, que hei-de fazer? Acho sempre que se a situação pode ser pior, ela vai mesmo ser pior|
Posso estar a interpretar mal, mas leio no comentário de ontem do Dr. Gomes Ferreira uma ponta de optimismo.
Oxalá!
Eu também vejo no horizonte alguns sinais!
Sem esquecer que eu sou o tal cujos conhecimentos de economia cabem, escritos em letra de tamanho normal, numa mortalha de cigarro, vejo no horizonte alguns sinais:
-de uma forma geral, as reacções dos mercados e as taxas de juro da dívida pública.
-o comportamento e a evolução das bolsas que, é sabido, antecipam os ciclos económicos.
-a ânsia dos “socialistas” em fazer o Governo demitir-se e tomar o seu lugar
(?cheira a dinheiro, ou a possibilidade de mais endividamento e esbanjamento?)(?será que a árvore já sai só com um toque?).
Escrito em 11 de Junho de 2013 por João José Gonçalves Pargana, reformado e pensionista, ex-membro da classe média em extinção.